Ana Fontes

É empreendedora social e fundadora da RME (Rede Mulher Empreendedora). Vice-presidente do Conselho do Pacto Global da ONU Brasil e membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável da Presidência da República

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Ana Fontes
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Olhando o G20 como uma janela de oportunidade para mudanças necessárias

Represento o W20 (Women 20), que reúne mulheres de diversas áreas para promover a igualdade de gênero

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O Brasil assumiu a presidência do G20 no final de 2023 e será palco de debates e discussões importantíssimas sobre economia, política, geopolítica, gênero, raça, juventude e mudanças climáticas. As 19 maiores economias mundiais e os blocos econômicos União Europeia e União Africana se reúnem para tratar desses temas e envolver a sociedade civil nessas discussões.

O G20 conta com vários grupos de engajamento que são compostos majoritariamente pela sociedade civil, alguns deles existem há mais de uma década para tratar de pautas específicas. Desde 2017, represento o W20 (Women 20), que reúne mulheres de diversas áreas para promover a igualdade de gênero em todos os aspectos da vida.

Para quem não conhece, esses grupos de engajamento surgem como uma forma de ampliar a participação da sociedade civil em decisões que afetam diretamente suas vidas. Esses grupos se reúnem e concentram-se em temas específicos e elaboram um documento, que chamamos de communique, que deve conter duas páginas com recomendações para os líderes do G20.

Reunião de ministros e presidentes de bancos centrais dos membros do G20, em São Paulo - Rahel Patrasso - 28.fev.2024/Folhapress

Acho importante dizer que, apesar de parecer simples, afinal, queremos um mundo mais justo e igualitário para todas nós, devemos considerar que, apesar de afetadas pelos mesmos problemas, temos vivências, culturas e ideais diferentes, o que deve ser considerado na construção desse documento.

Um fato importante é que o documento deve ser construído em modelo de consenso —somos 83 delegadas. Os territórios ou pautas de recomendação já foram definidos pela nossa presidência (W20), são elas: mulheres empreendedoras, acesso a capital e acesso a mercado; enfrentamento às violências contra mulheres; participação de mulheres e meninas em áreas de STEM (áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática); justiça climática na perspetiva de gênero e economia do cuidado (o trabalho que é feito majoritariamente por mulheres, não reconhecido, não remunerado e não compartilhado).

Os dois últimos temas são inovações e inclusões do Brasil, além de adicionarmos a perspectiva de raça e etnia em todas as recomendações. É uma vitória, pois anteriormente não contemplamos estas questões tão fundamentais.

Por meio de advocacy, nossa delegação e todas dos demais países esperamos que os líderes do G20 acatem nossas recomendações e que estas se traduzam em ações e prioridades em políticas concretas para garantir um mundo justo e sustentável para as mulheres, incluindo acesso a educação, saúde e serviços, além da redução da violência contra elas e suas filhas.

Convido vocês a acompanhar, participar e, acima de tudo, inquietarem-se comigo até que nenhuma de nós fique para trás.

Como parte da iniciativa Todas, a Folha presenteia mulheres com três meses de assinatura digital grátis

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